domingo, 8 de junho de 2014

Chá com Poesia: Neruda em tradução

                              POEMA XV

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.


Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.


Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.


Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.


Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.


***


Eu gosto quando calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, e minha voz não te toca.
É como se teus olhos tivessem voado
e como se um beijo te fechasse a boca.


Como todas as coisas estão cheias de minh'alma
emerges das coisas, cheia da alma minha.
Mariposa de sonho, tu és como minh'alma
e és como a palavra melancolia.


Eu gosto quando calas e estás como distante.
e estás como queixando-te, mariposa em arrulho.
E me ouves de longe, e minha voz não te alcança:
deixa-me calar-me com o silêncio teu.


Deixa-me falar-te também com teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão distante e tão simples.

Eu gosto quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso já basta.
E estou alegre, alegre por não estar certo.

Para ouvir, clique aqui. (voz de Alejandro Sanz).

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