Por Vanessa Regina
imagem: google |
Millay foi uma agradável descoberta neste mundo tão árido da poesia. Transcrevo abaixo dois textos que se
aproximam por um tema recorrente em sua obra: a morte. Segue também uma
tradução (livre) minha:
PRAYER TO
PERSEPHONE
Be to her, Persephone,
All the things I might not be;
Take her head upon your knee.
She that was so proud and wild,
Flippant, arrogant and free,
She that had no need of me,
Is a little lonely child
Lost in Hell,—Persephone,
Take her head upon your knee;
Say to her, "My dear, my dear,
It is not so dreadful here."
----------------------------------------------------
ORAÇÃO A PERSÉFONE
Seja para ela, Perséfone,
Tudo que eu não deveria ser
Coloque-a sobre o seu colo
Ela que era tão orgulhosa e rebelde,
Irreverente, arrogante e independente,
Ela que não precisava de mim,
É uma criança solitária
Perdida no inferno, - Perséfone,
Coloque-a sobre seu colo;
E diga a ela, “Minha querida, minha querida,
Aqui não é tão terrível.”
LAMENT
Listen, children:
Your father is dead.
From his old coats
I'll make you little jackets;
I'll make you little trousers
From his old pants.
There'll be in his pockets
Things he used to put there,
Keys and pennies
Covered with tobacco;
Dan shall have the pennies
To save in his bank;
Anne shall have the keys
To make a pretty noise with.
Life must go on,
And the dead be forgotten;
Life must go on,
Though good men die;
Anne, eat your breakfast;
Dan, take your medicine;
Life must go on;
I forget just why.
[ In "Second April", 1956]
-----------------------------------------------------
LAMENTO
Ouçam, crianças:
Seu pai está morto.
De seus casacos antigos
Eu farei jaquetinhas para vocês;
E de suas calças velhas
Farei pequenos blusões.
Haverá nos bolsos
Coisas que ele costumava colocar lá,
Chaves e moedas
Cobertos por tabaco;
Dan terá as moedas
Para guardar em seu banco;
Anne terá as chaves
Para fazer um lindo barulho com elas.
A vida continua,
E o morto é esquecido;
A vida continua,
Embora os bons homens morram;
Anne, tome seu café da manhã;
Dan, tome seu remédio;
A vida continua;
E eu esqueço a razão.
Por hoje é só, até a próxima! J
Ótimo texto e ótimas traduções. Obrigado por me apresentar uma excelente poeta que eu ainda não conhecia. Continua firme no Chá, querida! Parabéns!
ResponderExcluirQuerido, obrigada pelo incentivo e pela leitura! :)
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirGostei muito de suas traduções! Gosto muito da poesia de Edna Millay :)
Abraço,
Juliana @opintassilgo
Olá, Juliana!. Agradeço pela leitura! A propósito, descobri Millay (bem como Nelly Sachs e Marina Tsvetaeva) em teu blog, que acompanho sempre. Teu trabalho é ótimo!
ResponderExcluirAbraço,
Vanessa.