quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Esperando Camus, por Vanessa Regina

imagem: google
#comentários livrescos

O Estrangeiro -  Albert Camus
Best Bolso
Tradução: Valerie Rumjanek.
2010
110 páginas
R$15, 00

Pois bem. De personagens “espinhosos” minha memória literária está cheia! Depois de ler Melville e encarar Camus fiquei naquele “estado de inércia existencial” e nada mais fez sentido... . Claro, quando li Beckett o choque foi bem maior [acreditem, um vazio sem fim], e agora com este texto do Camus não foi diferente. Imobilidade [naquele sentido que comentei no post anterior] é a palavra chave para estas duas últimas leituras [+ o Beckett].
"Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem." Estas são as primeiras palavras do livro. Daí, você pensa: puxa, era a mãe do cara! E isso não é nada perto do que se desenrola ao longo da narrativa. Mersault, personagem principal, se envolve em situações inusitadas, ao ponto de cometer um crime [spoiler, aqui!].  É um indivíduo resignado, seguro em sua zona de conforto, impassível; justamente porque não espera absolutamente nada da vida, assim como Bartleby ou as personagens de Beckett [sem comparações, mas é impossível não tecer aproximações entre as obras].  E aquele sentimento de impotência invadindo o peito e só.
Bem como qualquer leitura capaz de nos transformar em sujeitos mais lúcidos [aquela lucidez clariceana que te vira do avesso], eu mudei com estes caras [Beckett, Melville e Camus], sem falar em Dostoiévski, Kafka, Sartre... [papo para outra hora menos tensa]!
Recomendadíssimo! Five stars no Goodreads!

Por hoje é só, até a próxima!

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