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O ano de 2013
viu muita coisa acontecer no âmbito musical: The Strokes entregarem-se de vez ao
pop oitentista com seu Comedown Machine
(ainda vou comentar sobre esse disco), a volta do Black Sabbath com uma
formação quase original e Paul McCartney, mantendo a vitalidade de seu trabalho
solo, com um bom disco (New). Estes
são apenas alguns exemplos.
E 2013 foi
também o ano de expectativas: muitos aguardavam ansiosos pelo novo disco do
Arcade Fire. Depois de uma estreia brilhante (Funeral) seguido de dois bons álbuns, os fãs do rock contemporâneo aguardavam
uma obra-prima ou ao menos uma manutenção do nível de The Suburbs (2010). Mas Reflektor
(2013) não causou grande impacto. Claro, há quem o defenda, alegando que se
trata de um ótimo disco. Mas creio que a grande maioria se decepcionou.
E qual a
grande surpresa de 2013? Na humilde opinião deste que escreve estas parcas
linhas, foi o lançamento de The Next Day,
de David Bowie. O Camaleão que havia declarado há alguns anos sua
aposentadoria, por questões de saúde, surpreendeu todo mundo com seu álbum de
2013. Surpreendeu, pois não se esperava por um novo álbum dele. E a grande
notícia é que ele veio com tudo!
A arte de capa de The Next Day traz uma bem humorada reciclagem de Heroes (clássico da fase Berlim do
camaleão). Mas engana-se quem pensar que Bowie retornou ao seu som do final da
década de 70. Numa audição apressada há quem coloque The Next Day entre o quase pop Scary
Monsters e o pop descarado de Let’s
Dance. Mas, a partir de uma audição atenta e repetida, dá para perceber que
ele foi além, principalmente por seu ecletismo. Bowie não se prendeu a um único
viés sonoro, usando com segurança e maestria tudo o que aprendeu nos seus mais
de 45 anos de carreira, fazendo este álbum um de seus melhores.
É possível
perceber que o disco foi gravado sem pressa e com muito esmero. Coisa rara nos
dias de hoje, em que há muita impaciência e descompromisso na hora de compor e
gravar um álbum. Cada audição revela um novo detalhe. Backing vocals
caprichados, belas melodias, letras cativantes, arranjos primorosos e uma
grande variedade de instrumentos e timbres; tudo isso confluindo para uma
sonoridade versátil e cheia de camadas sonoras, fazendo com que cada canção surja
como uma surpresa, mas, paradoxalmente, mantendo uma coesão dentro do trabalho.
Bowie se valeu de tudo que existe em termos de tecnologia para estúdio na
composição sonora de The Next Day,
mas sem deixar o elemento orgânico de lado. Baixo, guitarra e bateria estão
bastante presentes. Não à toa muitos comentaram
que este disco prefigura uma retrospectiva da obra do seu autor.
Alguns destaques: “Dirt Boys”, “The
Stars (Are Out Tonight)”, “Where are We Now”, “Valentine’s Day” e “Boss of Me”.
Enquanto
bandas relativamente novas já mostram certo cansaço & acomodação, David
Bowie, com seus quase 70 anos apresenta fôlego suficiente ao escrever uma
peça-chave para a música pop do século 21. Disco que será futuramente lembrado
junto com seus melhores momentos, como Ziggy
Stardust, Aladin Sane e Hunky Dory.
Confere aí!
Confere aí!
Então, eu também achei The next day um dos grandes álbuns de 2013, não apenas por ser realmente ducaramba, mas porque é do Bowie e ele consegue se movimentar muito bem nesse mundo da música cada vez mais cruel. Quanto a repercussão de Reflektor, do Arcade Fire, acho até que a crítica fez um alardezinho sim. Inclusive no top 50 da revista NME eles estavam numa boa colocação, acho que até na frente do Bowie (o que me deixou meio de cara, claro).
ResponderExcluirOutro disco que gostei bastante foi o AM, do Arctic Monkeys e Like a clockwork do Queens of the stone age. Juntamente com o The Next Day, foram os que mais ouvi em 2013.
Ótima resenha, parabéns! :)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Suelen! Muito obrigado por prestigiar meu comentário/resenha sobre The Next Day. Um disco de 2013 que também gostei bastante foi "Trouble will Find Me" do The National. Mas não cheguei a ver se entrou em alguma lista dos melhores de 2013. Por falar em The National, acho que a próxima resenha vai ser sobre High Violet.
ResponderExcluirAbração - e muito obrigado pela leitura!