quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Prefiro não escrever ou quem sabe eu até possa , por Vanessa Regina

imagem: google



Bartleby, o escriturário – Herman Melville
L&PM Pocket Plus
Tradução:  Cássia Zanon
2008
96 páginas
R$10, 00

                A história de Bartleby  me chegou aos ouvidos por acaso [existe desde 1856, mas nunca é tarde!], ao ler uma resenha sobre o livro de Enrique Vila-Matas intitulado Bartleby & Companhia, em que o autor toma por base o texto/história original de Melville. Matas cunhou, desde então, a expressão “Síndrome de Bartleby”, mal que supostamente atingiria alguns escritores após a criação de uma grande obra, isto é, uma tremenda crise criativa [ainda não li o livro do Vila-Matas, mas estou curiosa!].
Bartleby, de Melville, é um daqueles funcionários burocratizados e mecânicos que habitam o nosso cotidiano; eficiente ao principiar seu ofício no escritório de um advogado,  mas que de repente se opõe ao sistema [vamos relativizar a palavra sistema aqui, ok?],infringindo regras e descumprindo ordens: seu mantra favorito é  “prefiro não fazer”. E não faz. Absolutamente nada. Bartleby pratica suas insubordinações com uma naturalidade espantosa; sem falar na parede de tijolos... [se você ainda não leu este livro...faça um favor para sua alma!] . Melville constrói  uma grande metáfora da imobilidade, em todos os sentidos. Nada se transforma, nem o homem, nem a sociedade [lembrei muito de Beckett, outro favor para sua alma, já!]. Godot que não vem, Bartleby que nada faz. Difícil é digerir rapidamente uma leitura tão densa como esta. 

Recomendadíssimo! Five Stars no Goodreads!


Por hoje é só, até a próxima!

Um comentário:

  1. E eu fiquei pensando onde está a minha grande obra. Porque a crise criativa...

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